A-DEUS

08/11/2011 17:00

As homenagens aos nossos entes queridos não precisam de um dia especial, sabemos disso. Todos os santos dias servem para lembrarmos-nos deles, apenas no dia específico, nos irmanamos com o mesmo sentimento de saudade, lembrança, contentamento de termos partilhado de nossa vida com a deles, não importa quanto tempo. Os nossos queridos não têm obstáculo no tempo, agora são atemporais, eternos. Eles fazem parte agora do tempo da nossa memória que é infinito, porquanto cada dia, apesar das nossas tarefas, atribulações, regamos nossas recordações com muito amor e dedicação, o que faz com que sobreviva nosso apego e carinho. O adeus é provisório, somente ao corpo que pouco diz, porque o nosso contato com a alma é perene, intangível, indecifrável, estamos e estaremos sempre com eles. Pedimos a eles, rezamos por eles e para eles, estamos na companhia e sentimos a presença deles em cada momento especial, como este do dia de hoje. E  quanto nos ensinaram! As obras deles estão aí, a nosso ver, ao nosso redor, pequenas, grandes, palpáveis, misteriosas, próximas, distantes, todas, a nos animar a caminhada. Por mais que seja forte a dor, o consolo de que Cristo veio para nos salvar da morte acaba por nos acalmar e ajudar na travessia tormentosa deste mar impenetrável de dúvidas sem os nossos queridos. Ninguém mais, só Ele. A vida que veio através Dele se vai em direção a Ele, é o que nos resta pensar no momento de aflição e desespero. Mas a vida é mais forte, pois, sabemos que eles se foram, entretanto não nos demos adeus e sim os entregamos A-DEUS. E é com Ele que queremos também estar, porém, por enquanto, vamos seguindo com as lições que eles nos legaram. A mim, especificamente, não posso deixar de lembrar de Ricardo e Wilson, dentre tantos outros que, apesar da saudade, ainda me alegro com as sementes de alegria e dedicação a Deus que em mim plantaram e cujos frutos hoje posso colher e também semear para que tenhamos um mundo mais fraterno e acolhedor. Aproveitemos estas homenagens aos nossos entes para enterrarmos nossas mágoas e tristezas e saibamos aproveitar as sementes de vida e esperança que eles deixaram as quais, certamente, vêm nos auxiliar na árdua tarefa de vencer as nossas dificuldades cotidianas. Somos filhos do mesmo Pai e que nossa irmandade nos sirva para crescermos na fé, a arma mais poderosa contra o temor da morte.

O semeador, Wilson Ricardo

 

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