Armadilhas

19/10/2011 09:10

Quantas armadilhas a gente escapa e cai nesta vida? Quanto mais se vive, mais se tropeça e assim se aprende a fugir de armações. Neste domingo, Cristo, no evangelho, ensinou a sair de uma cilada que lhe prepararam os fariseus. Destaca-se, até o hoje, a célebre expressão utilizada nesta passagem da Bíblia: dai a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus. Jesus escapou, e com maestria, de um conflito que certamente iria enfrentar, entre ele e o povo ou entre ele e o poder instituído, no caso, o Imperador. A lição que nos deixou foi justamente encararmos as coisas deste mundo como se deve, ou seja, cumprir as obrigações a que todos estão submetidos, porém, sem esquecer-se da existência de um outro plano, do alto, vindo de Deus e que nos exige também tarefas a serem realizadas, com intuito de também cumprirmos a contento, sob Seu comando, quais sejam, a nossa devoção, orações, atitudes boas para com o próximo, viver de maneira digna, justa. Há tantas provações no dia-a-dia, tantas ilusões que nos atraem, verdadeiras armadilhas criadas muitas vezes por nós mesmos e das quais a gente nem sempre consegue se esquivar, porque mal saímos e estamos lá de volta, dando cabeçadas, desgastando-nos e quem duvida que haja até certo prazer neste eterno retorno? As sagradas escrituras não estão presas aos contextos da Bíblia. Podem e devem ser aplicadas para a nossa realidade diária e nos ajudar a se livrar de uma série de perturbações com a sabedoria que delas emana. Não se pode querer atingir a sabedoria de Cristo, logicamente, porém inspirado por Ele, temos o auxílio necessário para nos safarmos de obstáculos que nos faz perder tempo com reflexões inúteis, dispêndio de energia que poderiam certamente ser direcionadas para algo proveitoso para nós e para quem nos rodeia. Discernir, importa sabermos discernir se aquela discussão não passa de um embate descartável cujo desfecho terá proveito algum, se determinada atitude necessita, de fato, de ser assumida, se o silêncio não é mais eficaz do que palavras soltas ao vento, se não é melhor ignorar ofensas do que revidar, levar horas em projeto de vingança, cujo revide alimentará novas estratégias e assim indefinidamente...Quem sabe se não deveríamos repensar os ditados “pagar com a mesma moeda”, “não levar desaforo para casa” e tantos outros neste mesmo sentido? Viver com sabedoria pode ser difícil, entretanto, a prática diária, consolidando pequenas conquistas, ajuda a tornar acessível o troféu dos que têm um bom estágio de vida saudável, permeada com muita paz de espírito, alegria, tranqüilidade e plenitude do ser. A nossa integridade, física e moral, constitui-se um de nossos maiores bens, terreno e espiritual, a qual não pode ser abalada, tampouco destruída por estas armadilhas do cotidiano, perfeitamente contornáveis se tivermos a calma e a lucidez de enxergar que são meras provocações prontas a desafiar nossa capacidade de reagir com serenidade o ardiloso convívio em sociedade. Com Cristo, acredite, tudo se torna bem melhor.

O semeador.

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