Vocação: realização da comunhão com Deus e com os irmãos

Vocação: realização da comunhão com Deus e com os irmãos

 

Neste mês de agosto nossa Igreja nos convida a refletir, de modo especial, sobre o tema da Vocação. Em cada domingo, vamos refletir sobre uma vocação específica, na tentativa de nos aproximarmos deste grande mistério do chamado de Deus que se dirige a todo ser humano.

É sempre importante lembrar, quando tratamos deste tema, que Deus nos chamou à vida, quis que existíssemos. Ele desejou nossa existência. Existir nesse mundo trata-se de um presente, dom gratuito de Deus. Ele quer que vivamos autenticamente, nos realizemos enquanto pessoas, criadas à sua imagem e semelhança. Por isso, nos enviou o seu Filho que nos alerta: “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). O chamado à vida é o primeiro chamado de Deus feito a cada um de nós. E existir em Deus é a primeira resposta de amor que podemos oferecer ao Amado. Fomos criados “para louvar, reverenciar e servir ao nosso Criador”. Só na medida em que realizarmos esta nossa finalidade pr imeira, estaremos de fato sendo verdadeiramente humanos, permitindo assim que o “vazio” radical com o qual fomos criados seja preenchido pela profunda comunhão com Deus, nossa origem e fim último.

As vocações específicas são o modo pelo qual podemos realizar nossa vocação humana a esta comunhão com Deus e com os irmãos. Ao discernir e escolher acertadamente nossa vocação específica, estamos facilitando a vivência da santidade para a qual fomos criados.

O sacerdote, pelo Sacramento da Ordem, realiza sua vocação à santidade, no serviço aos irmãos e à Igreja como aquele que age “in persona Christi capitis”, na pessoa de Cristo cabeça.

Os religiosos e as religiosas realizam sua vocação à santidade, através da consagração radical e definitiva a Jesus Cristo, no compromisso assumido e firmado, expresso pelos votos de pobreza, obediência e castidade.

Na vida matrimonial, os esposos realizam sua vocação à santidade, na fidelidade e na cooperação com o Criador. Prestam um bonito serviço de testemunho da aliança entre Deus e a humanidade e da fidelidade de Deus para com o seu povo bem como na formação da família, “igreja doméstica”, lugar de encontro com Deus e com os irmãos.

Enfim, na vocação laical, todo aquele que é batizado é interpelado à vivência do Evangelho de tal modo que se torne “sal e luz” neste mundo, onde trabalha, onde estuda e onde vive sua fé. Assim, o leigo realiza sua vocação à comunhão com Deus e com os irmãos.

Portanto, como lembra o tema do mês vocacional deste ano: “Anunciar a Palavra que gera a Vida”, que todos vivamos nossa vocação de tal modo que através de nós, de nossos atos e de nossas palavras, anunciemos a Palavra que gera a Vida, anunciemos o Cristo, a Palavra encarnada, e sejamos como rios de água viva por onde passarmos e para com os quais convivermos.

Vocação é um chamado de Deus a cada um, de modo pessoal e único. Responder a este chamado é a realização da verdadeira vida, que Cristo veio anunciar e nos dar de presente.

 

 

Diácono Euder Daniane Canuto Monteiro